quinta-feira, 24 de maio de 2012

Te Quero

Por Anderson Marcos da Silva



Te quero como sangue
que corre em minhas veias,
oxigenando o meu viver.

Te quero como remédio
para curar a minha dor,
para curar o meu sofrer,
para que não morresse sem o teu amor.

Te quero como se fosse
o meu alimento,para que  não morresse de fome,
de fome dos seus beijos,
de seu corpo,de seu carinho.

Te quero como você me quer,
senão fico sozinho,sozinho e sozinho.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Vou-me Embora prá Pasárgada


Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.

ANÁLISE:

Esta poesia foi feita quando Manuel estava em  leito de morte,quase morrendo.Por isso, imaginava essa cidade Pasárgada como se fosse o céu,uma outra civilização,pois isso exitia no ima ginativo dele.
Ele sofria de tuberculose - doença causada por uma bactéria ,que causatubérculos,principalmente nos pulmões - e não ezistia tratamento naquela época.Por isso,ele se sentia sozinho,pois se tinha preconceito naquela época,que as pessoas nem chegavam perto dele que temiam ser contagiadas por ele.
Por isso ele morreu sozinho,nem ninguém para ajudar.

sábado, 19 de maio de 2012

De outras sei...


IX

De outras sei que se mostram menos frias,
Amando menos do que amar pareces.
Usam todas de lágrimas e preces:
Tu de acerbas risadas e ironias.


De modo tal minha atenção desvias,
Com tal perícia meu engano teces,
Que, se gelado o coração tivesses,
Certo, querida, mais ardor terias.


Olho-te: cega ao meu olhar te fazes...
Falo-te - e com que fogo a voz levanto! -
Em vão... Finges-te surda às minhas frases..


Surda: e nem ouves meu amargo pranto!
Cega: e nem vês a nova dor que trazes
À dor antiga que doía tanto!

Olavo Bilac

Sentimento do Mundo

Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio de escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.

Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.

Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis.

Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desfiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microscopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer

esse amanhecer
mais noite que a noite.

Carlos Drummond de Andrade

Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=540#ixzz1vMKM94k3
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Palavra

 Por Anderson Marcos da Silva




Palavra.O que é palavra?
É para dar nome à palavra,
ou a palavra que dá nome a gente?

Que palavra é essa?
Essa palavra se chama palavra!
Essa palavra me deixou feliz,
porém me deixou triste.

Ah,palavra,por que me segue?
Sem você eu não falo,eu não escuto,
não canto.
Se você for embora,
como eu fico?
Fico mudo ou sem pensamento?

Então não me abandone,
senão eu fico doente e morro.